segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

PRINCIPIOS DA ADORAÇÃO

Uma definição etimológica da palavra adoração (Proskuneo) é: Dobrar-se e prostrar-se ante a presença de alguém e beijar-lo (beijar seus pés) como um cachorro lambe a mão de seu dono.

Parece humilhante? Realmente não o é quando se entende o princípio por trás desta definição.

Tenho um cachorro (um pastor alemão), que obtive quando era somente um filhote. Dias depois de que o recebemos nos demos conta que estava enfermo e de sua ninhada, todos os filhotes morreram. Um veterinário amigo meu, veio até minha casa vê-lo e o medicou até que se recuperou, agora é um enorme pastor alemão que assusta a meio mundo, mas que realmente é um bonachão.

Meu cachorro constantemente lambe minha mão. Cada vez que saio para brincar com ele, cada vez que regresso de uma viagem e cada vez que o alimento posso ver o agradecimento em sua cara e sua forma de expressar-lo é lambendo minha mão. Ele sabe que sou seu dono, ele sabe que sou eu quem o alimenta e o cuida, ele sabe que eu não lhe faria dano algum. Cuido- o desde filhote ! para meu cachorro sou a fonte de seu todo e por isso me trata desta maneira.

Entendes agora a definição ? A Adoração é uma atitude de nosso coração; é reconhecer a misericórdia e a graça de Deus para nós. É entender que sem Ele estaríamos perdidos. Neste sentido a Adoração é um estilo de vida.

Por isso é que o melhor adorador será sempre aquele que reconhece de onde o Senhor o tirou e que sem Ele está perdido, aquele que sabe de seu passado e entende que sentar-se a mesa de seu Senhor é um favor imerecido. A melhor adoração sempre brotará de um coração agradecido. Adoração não é cantar !

Talvez soe estranho que como diretor de uma banda de louvor diga que adoração não é cantar. Mas digo intencionalmente porque muita gente limitou a adoração ao canto. Para muitos adoração são os 20 minutos que dura o lado B (cânticos congregacionais) das gravações de louvor e adoração.

Para outros adorar é cantar cânticos mais lentos (contrição) depois dos cânticos do louvorzão e antes do início da pregação e isto é trágico. A Adoração é muito mais!

A adoração é uma atitude que deve afetar todas as áreas de nossa vida, por isso adoração é muito mais que cantar. Talvez haja gente que canta todos os domingos no lugar onde se congrega, mas nunca adorou a Deus.

Para mim a melhor forma de expressar adoração é através do canto, mas só uma forma. Como adora aquele que não tem voz? Ou mãos? Ou pés? Estes o fazem com o coração e ali está nossa fonte de adoração.

Isto nos leva a considerar outros pontos importantes da adoração.

Adoração é rendição total.

A palavra adorar também signfica oferecer e através das escrituras encontramos a palavra adoração como sinônimo da palavra sacrificio ou oferta. No antigo testamento a oferta mais comum era a oferta queimada. Neste tipo de oferta o animal oferecido em sacrifício era consumido totalmente pelo fogo e a diferença entre outros tipos de ofertas com esta é que nem quem ofertava e nem o sacerdote podiam comer a carne, porque era totalmente consumida. A oferta queimada era um tipo de sacrifício que Jesus iria oferecer por nós. Ele se entregou completamente por ti e por mim na cruz. (Hebreus 13:11-12)

Fazendo referencia a oferta queimada e ao sacrificio de Jesus, o autor de Hebreus diz: “Assim pois, ofereçamos sempre a Deus, por meio de dEle, sacrifícios de louvor que é o fruto de lábios que confessam o Seu Nome – Hebreus 13:15

Da mesma maneira que Jesus se entregou completamente por nós, assim devemos nos entregar a adoração. Não pode haver meia adoração. Deus detesta as coisas pela metade. Jesus disse que o primeiro e maior mandamento é: “Amarás ao Senhor teu Deus com todo seu coração, com toda sua alma, com todo seu entendimento e com todas as suas forças. O denominador comum deste versículo é “Todo”. Como a oferta que era “Toda” consumida, Deus requer o todo, Deus quer um sacrifício total, uma rendição total.

Esta é a verdadeira adoração !

Na Adoração não entrego só meu canto, também entrego meu corpo, minha vontade, meu ser inteiro, tudo o que possuo e que sou. O verdadeiro adorador é aquele que se entregou totalmente a Deus, sem reservas, sem medidas.

Quando Deus tem nosso coração então tem o todo. Quando Deus não tem nosso coração não pode haver adoração. Por isso Samuel dizia: Certamente o obedecer é melhor que os sacrifícios (Adoração) e o atender melhor que gordura de carneiros” I Samuel 15:22

Deus provou a Abraão para ver se realmente era um adorador, para ver se estava disposto a render-lhe tudo. O verdadeiro adorador lhe rende tudo porque confia plenamente em seu Senhor, por isso pode obedecer em tudo.

O que Deus pediu a Abraão foi: “Oferece a teu filho, teu único filho, ao que amas em sacrifício”. Vocês conhecem a história, Abraão passou pela prova e demonstrou que tinha um coração de adorador.

Muitas pessoas adoram a Deus só de lábios, porém quando se trata de render-lhe tudo, não estão dispostos.

Jesus fez referencia a este tipo de adoradores quando disse: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me honram... Mateus 15:8-9. A frase me honram em outras versões se interpretam como “me adoram”. Jesus está dizendo: “Não pode haver verdadeira adoração se seu coração está longe de mim”, é dizer, se o coração está em outras coisas, se rendemos nosso coração a outras coisas, não pode haver verdadeira adoração.

Jesus disse: “Porque onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração.” Mateus 6:21. Quando o Senhor é nosso tesouro, nele está nosso coração. Isto é Adoração !

Adoração é Intimidade.

Alguns adoram a Deus como os de Atenas, tinham um altar “ao Deus desconhecido”, ao que supostamente adoravam, porém sem conhecer-lhe.

O apóstolo Paulo depois de ver essa inscrição ao lado desse altar passa a pregar-lhes acerca do Deus desconhecido, ao que adoravam sem conhecer-lo.

Como posso adorar alguém que não conheço ?

Como posso adorar alguém cujos atributos ignoro ?

Se adoração é entrega total, confiança e obediência, como posso adorar a um Deus com que não me relaciono suficiente para conhecer-lo.

Muita gente adora a Deus sem conhecê-lo. Não me entendam mal ! Eu sei que a gente da que estou escrevendo, entregaram suas vidas ao Senhor, tem vida eterna e o céu os espera. Mas estou falando de conhecer a Deus de uma maneira mais íntima e pessoal.

A adoração pública não é intimidade. A Adoração pública deve ser um reflexo da adoração em secreto. A Adoração íntima se dá na intimidade do coração e do meu quarto.

O que você pensaria de um homem que na intimidade nunca diz nada a sua esposa que a ama, nunca demonstra afeto, a ignora e a trata mal. Porém em público a trata maravilhosamente bem. Todo tipo de afago e carinho saem de seus lábios quando todos os vêem. Pensaria que este homem é um hipócrita não é verdade ? Pensaria que só a corteja e trata bem para ser visto pelos demais.

Assim parece a adoração pública que não está respaldada por uma adoração privada.

Quando na adoração não há intimidade, esta necessita de deleite e é seca. Para muita gente o adorar é incomodo e até cansativo, e isto só não acontece quando se conhece a Deus na intimidade. O Salmo 16:11 diz: “ Em Tua presença há plenitude de alegria, na Tua destra delicias perpetuamente”. Aquele que tem conhecido a Deus na intimidade, será um excelente adorador, estará cheio de alegria e deleite ao cantar, ainda que não possa sustentar uma nota por mais de dois segundos.

Vinde e adoremos!

Jesus Adrian Romero

Pastor e Ministro de Louvor Ministério VastagoEpicentro – Arizona

http://www.jesusadrian.net/

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Rotina

Como acontece com todas as demais práticas espirituais (oração, adoração, meditação, etc.), o louvor não pode ser "praticado" como uma simples "rotina". Muitos cristãos erram nesse sentido, pois levando as práticas como "rotina" caem na religiosidade [vazia], e a suposta "prática" não [aproxima o humano da presença de Deus].[1]
Observe o que diz o apóstolo Paulo a respeito da prática real do louvor:
"... enchei-vos do Espírito (Santo) falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor, com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo" (Efésios 5: 18-20). Está vendo como se deve louvar a Deus? Sim, "de coração".
O salmista disse:
"Louvar-te-ei, Senhor, de todo o meu coração: cantarei todas as Tuas maravilhas. Alegrar-me-ei e exultarei em Ti; ao Teu nome, ó Altíssimo, eu cantarei louvores" (Salmo 9:1,2).
E será que você observou o que (segundo Paulo) acontece com você quando você louva a Deus de coração? Você se enche do Espírito Santo [...].
Creio que isso é de tamanha importância para nós que devemos meditar um pouco no que isso significa na prática. Quando você está cheio do Espírito Santo, você [é protegido pelo Senhor contra os ataques de Satanás, e ele não vai] conseguir derrubá-lo. Há um versículo muito importante no livro de Isaías nesse sentido: "Vindo o inimigo como uma corrente de águas, o Espírito do Senhor arvorará contra ele e sua bandeira" (Isaías 59:19).
No episódio com o rei Josafá, [relatado em II Crônicas 20], há uma palavra que Deus deu ao profeta a esse respeito: "Dai ouvidos, todo o Judá... e tu, ó rei Josafá ao que vos diz o Senhor: Não temais, nem vos assusteis por causa desta grande multidão, pois a peleja não é vossa, mas de Deus... Neste encontro não tereis que pelejar; tomai posição, ficai parados, e vede o salvamento que o Senhor vos dará... porque o Senhor é convosco" (II Crônicas 20:15,17). É dessa maneira que Deus gosta de agir para o Seu povo, mas Ele somente tem condições de fazê-lo se nós nos submetamos a Ele, [e respeitamos a Sua vontade].
Nessa citação há duas frases importantes que todos nós temos de observar quando decidimos enfrentar o nosso adversário através do louvor: "Não temais, nem vos assusteis" e "tomai posição". Vamos considerar o que essas frases significam na prática do louvor particular.
A primeira coisa a observar ao decidir enfrentar o seu problema através do louvor é "não se assustar, nem temer", com a situação que o inimigo (Satanás) tem criado. Se você olhar a circunstância, ou der atenção aos sintomas ou aparências da adversidade, Satanás fará com que você desista de louvar a Deus e de exaltar o Seu nome, na primeira provocação.[
2]
É preciso firmar-se com toda perseverança e continuar a louvar a Deus e dar-Lhe graças sem dar a mínima atenção à circunstância que você está enfrentando. Em segundo lugar, ao entrar em [espírito] de louvor, é preciso: "assumir uma posição muito firme" e conscientizar-se de que o louvor [e a adoração são as únicas práticas válidas] naquele momento e que Ele há de levá-lo para a vitória completa.[3]
Aquele que resolve enfrentar uma adversidade através do louvor não pode vacilar em momento algum, pois o Espírito de Deus não Se identifica com o homem inconstante. [Leia] o que diz o apóstolo Tiago a respeito da inconstância: "O que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento. Não suponha esse homem que alcançará do Senhor alguma coisa" (Tiago 1:6,7).
Para entrar na vitória, então, é preciso que você [esteja atento em relação a estas duas condições:] (1) Não Temer e (2) Não Duvidar. Mantenha-se firme, constante no propósito [de louvar a Deus de forma aceitável] e você há de dar a Deus condições de ser glorificado na Terra através do seu louvor. [Afinal, seu louvor terá sido transformado pelo próprio Deus e, portanto, cheio de Seu poder transformador].
Logo que você começar a louvar, o Espírito do Senhor arvorará uma bandeira contra o seu adversário, e você não terá de pelejar no caso. Quando você decide louvar a Deus e exaltar o Seu nome "de coração", a peleja deixa de ser sua, e Deus assume totalmente a batalha em seu favor.
"Aleluia! De todo o coração renderei graças ao Senhor" (Salmo 111:1). [Ou seja: você estará disposto a agradecer a Deus, pois ele transformou seu louvor em um presente aceitável a Ele.]
Fonte: www.musicaeadoracao.com.br - Autor Elias Pinheiro

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Erros que um Ministro (de Louvor) não pode cometer

É importante echaticentendermos algumas características da forma como as pessoas agem distintamente:

· Tolo – co mete erros, mas continua caindo nos mesmos erros. Insanidade é esperarmos resultados diferentes tendo as mesmas práticas;

· Inteligente – comete erros, mas aprende com os próprios erros;

· Sábio – aprende com os erros dos outros.

Se pudermos aprender com os erros dos outros é melhor, porém sabemos que nem sempre isso é possível. Errar é humano. Não podemos insistir no erro por não estarmos abertos para aprender com humildade, a fim de não cometer mais as mesmas falhas. Os erros que serão mencionados aqui servem para o nosso crescimento e amadurecimento no ministério.

Vejamos alguns erros que não devemos cometer:

1- Não se preparar musicalmente e espiritualmente para a ministração.

Devemos nos apresentar como obreiros aprovados. “Procure apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar e que maneja corretamente a palavra da verdade” (2 Timóteo 2.15):

Aspecto espiritual

· É necessário oração e leitura bíblica diariamente. A base de todo ministério é a oração e meditação. O que se pode esperar de alguém que não medita e não ora? A.W.Tozer disse: “Nunca ouça um homem que não ouve a Deus”. Um ministro que não ora e não medita, deixa de ser um homem de Deus para ser um profissional do púlpito. Se desejamos ter um ministério mais ungido precisamos entender que o endereço da unção está no altar.

Aspecto musical

· É preciso realizar ensaios para que haja entrosamento;

· Ter uma lista definida dos cânticos; quando forem novos, providenciar cifras;

· Durante os ensaios a concentração deve ser total, evitando distrações, brincadeiras e conversas paralelas;

· Esteja atento às orientações, arranjos, rítmica, andamento, métricas, etc;

· Estude música. Muitas vezes a congregação “suporta” em amor a falta de técnica e afinação mínima dos que tocam e cantam.

2- Nunca preparar a ministração.

· Devemos ter habilidade para improvisar, porém isso não deve ser a regra. Quando o ministro não faz a “lição de casa” acaba ficando fácil perceber, não há seqüência coerente nos cânticos, há erros nos acordes e na seqüência da música cantada, não há expressão, há insegurança, etc. Os que ministram de improviso demonstram não levar a sério o lugar que ocupam na obra de Deus. “Maldito o que faz com negligência o trabalho do SENHOR…” (Jeremias 48.10). O Espírito Santo não tem compromisso com ociosos, preguiçosos e displicentes. Façamos o melhor para o Senhor!

3- Atrasar nos compromissos sem dar satisfação.

· O músico maduro tem conhecimento das suas responsabilidades e procura cumpri-las à risca. Portanto, seja responsável e chegue nos horários marcados! Se houver problemas ou dificuldades, comunique-se com sua liderança. Quando não damos satisfação sobre nosso atraso estamos agindo com irresponsabilidade. Em outras palavras, estamos dizendo: “isso não é importante para mim!”.

4- Não aceitar as críticas.

· Quem não aceita críticas, acaba caindo na mediocridade e se torna um ministro sempre nivelado por baixo. As críticas servem para não nos deixar cair no conformismo e parar de crescer. Devemos receber as críticas com um espírito humilde e disposto a aprender. Quem não é ensinável e não gosta de ser contrariado, não pode atuar em nenhum ministério na igreja.

5- Começar a ministração sem introdução e falar sobre verdades sem nenhuma demonstração de amor.

· Não seja “juiz” das pessoas, mas mostre a graça de Deus e o amor;

· Não seja grosseiro e indelicado, mas seja amável e educado. A introdução pode determinar o sucesso de toda a ministração. Esse primeiro contato é a “chave” para uma ministração abençoada e abençoadora. Uma boa introdução cativa a atenção das pessoas, desarma as mentes e prepara o caminho para compreender e receber a ministração;

· Uma boa ministração precisa ter um começo, meio e fim;

· Não seja muito prolixo e cansativo na introdução, mas faça o suficiente para abrir a porta das mentes a fim de que as pessoas recebam aquilo que Deus tem reservado para cada uma delas.

6- Utilizar o púlpito para desabafar.

· Uma mente cansada não produz com qualidade e o estresse pode levar a pessoa a falar o certo, mas no lugar errado. Púlpito não é lugar para desabafos, é lugar para profecia! Tratemos a igreja do Senhor de forma respeitosa. “Pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados. Olhem por ele, não por obrigação, mas de livre vontade, como Deus quer. Não façam isso por ganância, mas com o desejo de servir. Não ajam como dominadores dos que lhes foram confiados, mas como exemplos para o rebanho. Quando se manifestar o Supremo Pastor, vocês receberão a imperecível coroa da glória” (1 Pedro 5.2-4).

7- Gritaria.

· Não confunda “gritaria” com unção, autoridade e poder. Muitos, por não terem o equilíbrio e sensibilidade, tornam-se ministros irritantes, exagerados e em alguns casos, quase insuportáveis. Quem fala deve respeitar a sensibilidade e boa vontade dos que ouvem. “Mas tudo deve ser feito com decência e ordem” (1 Coríntios 14.40). Não é gritando que se alcança o coração das pessoas, mas sim, com unção, habilidade na comunicação e criatividade;

· Há ministros que cantam e falam tão alto e agressivamente que deixam a impressão de que estão irados com o público. Quem sabe usar de forma inteligente sua voz e os equipamentos de som disponíveis, com certeza alcançará grandes resultados.

8- Expor os músicos, dirigentes ou técnicos durante a ministração.

· Por vezes, alguns cometem erros durante a ministração, logo os outros músicos percebem e começam a rir, ou surgem olhares de reprovação, expondo diante de todos, aquele que errou. Devemos ser discretos e não fazermos aos outros o que não gostaríamos que fizessem para nós. “Assim, em tudo, façam aos outros o que vocês querem que eles lhes façam; pois esta é a Lei e os Profetas” (Mateus 7.12). Muitos estão magoados e chateados por terem sido expostos na frente dos outros. Tenhamos uma atitude de amor e respeito para com os outros;

· Por outro lado, quando errarmos, temos de encarar com naturalidade porque apesar de estar na frente da congregação, estamos diante do Senhor, ministrando a Ele, e Ele sabe como e quem somos.

9- Tocar, cantar ou dançar com outros ministros sem ser convidado.

· Se algum ministro de outra congregação for convidado para ministrar em sua igreja, não suba no púlpito para ministrar sem ter sido chamado e convidado. Isto é falta de educação. Não seja mal educado! Muitos por falta de educação e sensibilidade, acabam atrapalhando a ministração daqueles ministros que foram convidados para o culto.

10- Usar muitas ilustrações e dinâmicas durante a ministração.

· Muitos querem “pregar” durante o louvor. O exagero de histórias, testemunhos, dinâmicas e ilustrações durante os cânticos, comprometem a essência e o propósito da ministração. Ministre cantando, flua;

· Cuidado com manipulações! Não trate o público como “macacos de auditório”. Não peça para o público repetir frases ou gestos feitos o tempo todo. Além de se tornar algo cansativo, o ministro pode cair no ridículo diante do público;

· Evite deixar “brancos” entre um cântico e outro; para isso é indispensável desenvolver um bom entrosamento com os músicos, combinar sinais, etc.

11- Contar histórias ou piadas fora de hora.

· Algumas histórias ou piadas nunca deveriam ser contadas no púlpito da igreja. Não vulgarize o púlpito. Muitos querem ser descontraídos e acabam se tornando desagradáveis, fazendo colocações em momentos inapropriados, e por vezes dizendo coisas com duplo sentido. Púlpito é lugar de profecia e não palco para piadas. Fomos chamados para ser profetas e não humoristas.

12- Ministrar o tempo todo com os olhos fechados ou olhar só para uma direção.

· É importante olhar para as pessoas. Os olhos têm um poder impressionante de captar e transmitir mensagens não-verbais como o amor, alegria e paz. Com um olhar podemos abençoar as pessoas. Os que fecham os olhos ao ministrar nunca vão saber avaliar seus ouvintes, lendo suas expressões faciais;

· É necessário olhar em todas as direções para alcançar a atenção de todos. Olhar só para uma direção pode transparecer que as pessoas não são importantes, ou que não precisam participar daquele momento de ministração. Estamos diante de Deus, mas também estamos diante do público. Estamos ministrando a Deus, mas também sendo instrumentos para abençoar a congregação.

13- Exagerar nos improvisos.

· Todo músico deve buscar a disciplina e a maturidade musical. É preciso entender que pausa também é música. Acompanhar um cântico antes de tudo, é uma prática de humildade e sensibilidade. Nas igrejas, geralmente, os instrumentistas e cantores querem mostrar sua técnica na hora errada. O correto é usar poucas notas, não saturar a harmonia, inserir frases apenas nos espaços melódicos e o baterista conduzir. Economize informações musicais;

· Em relação ao instrumental, procure tocar o que o arranjo está pedindo, sem se exceder. Todo músico deve aprender a se “mixar” no grupo, a ouvir os outros instrumentos, afinal é um conjunto musical;

· Quanto ao vocal, procure cantar a melodia, fazendo abertura de vozes e improvisando apenas em momentos específicos, criando assim expectativa. Muitas vezes a congregação não consegue aprender a melodia da música por causa do excesso de improvisos dos dirigentes e cantores;

· Avalie o que está tocando ou cantando e entenda que o trabalho é em equipe, e não apresentação de um CD solo;

· Procure gravar as ministrações e faça uma avaliação e as correções necessárias;

· Tocar e cantar de forma madura e eficiente requer disciplina, auto-análise e constante aprendizado.

14- Não ter expressão durante a ministração dos cânticos.

· Não seja um “alienígena” em cima do púlpito. Participe de todos os momentos;

· A entonação da voz também é importante. Não combina, por exemplo, falar sobre alegria com uma entonação e um semblante triste e melancólico. Você pode contagiar o público por meio da sua expressão e entonação de voz.

15- Comunicação inadequada ao tipo de público.

· Seja sensível ao tipo de público que está ministrando e utilize uma linguagem adequada. A dinâmica de um culto congregacional é diferente, por exemplo, de uma reunião de jovens, ou crianças, evangelismo, etc. Não trate um público maduro, por exemplo, utilizando uma linguagem de criança e vice-versa;

· Cuidado com erros de português, vícios de palavras e gírias. Não é preciso ser formal: seja natural, sempre observando o público que você está ministrando.

16- Vestimenta inadequada.

· Sua vestimenta deve ser coerente ao tipo de ambiente e reunião que você estará ministrando. Cuidado com vestimenta inadequada, tipo roupa justa, cores chamativas, etc;

· Esteja atento a sua aparência – cabelos penteados, dentes escovados, maquiagem leve, usar desodorante, perfume, etc. Lembre-se de que o púlpito é uma vitrine. Quem está ministrando passa a ser alvo de observação em todos os sentidos.

17- Cantar cânticos com o qual não está familiarizado.

· Se você não conhece o cântico, não cante! Se não sabe tocar o cântico, não toque! Para ganhar confiança daqueles que estão ouvindo, é preciso demonstrar convicção e certeza do que está ministrando. Conhecer bem e ter domínio do cântico ministrado é imprescindível para que o ministro atinja seu objetivo.

18- Cantar fora da tessitura vocal.

· A escolha do tom de uma música depende do canto; este deve estar dentro da tessitura vocal e ser confortável para ela. Mesmo que o tom escolhido não seja o mais confortável para o instrumentista ele deve executá-lo. Na música em que há o canto, a ênfase é para a mensagem, portanto não deve sofrer interferência de outros elementos. Muitas músicas ministradas na igreja não fluem como poderiam por causa da escolha errada da tonalidade. Por vezes o tom é muito alto e as pessoas não conseguem cantar. O tom pode influenciar na sonoridade da música vocal com acompanhamento, bem como causar danos às cordas vocais.

19- Elaborar um repertório inapropriado ao tipo de reunião.

· Elabore um repertório adequado ao tipo de reunião. Por exemplo: reunião de jovens, evangelismo, santa ceia, etc; o repertório de um culto dominical é diferente de um lançamento de um CD por exemplo;

· Elabore uma seqüência lógica no repertório, ou seja, músicas de celebração, músicas de adoração, músicas de comunhão, etc. A ministração é como um “vôo de avião”, tem um destino.

20- Cantar muitas músicas num período curto de ministração.

· Elabore um repertório adequado ao tempo de duração do louvor (conferir com o pastor). Dependendo do tempo dado à ministração, não será necessário uma lista extensa de músicas. Esteja atento à maneira como o louvor está transcorrendo e explore um determinado cântico quando perceber que está fluindo profeticamente;

· Muitos exageram no tempo da ministração dos cânticos e passam do horário estipulado, atrapalhando assim, o andamento da reunião. Muitos não se importam se estão agradando ou não. Quando excedemos os limites, podemos cansar os ouvintes, não atingir os objetivos definidos e forçar a reunião a terminar fora do horário.

21- Ensinar muitas canções num período de ministração.

· Para que haja participação da igreja, procure ensinar durante a ministração um ou dois cânticos. Repita-os para que todos guardem bem a letra e a melodia. Quando se ensina muitas músicas num período de louvor, os ouvintes não conseguem assimilar as canções, causando uma dispersão.

22- Cantar sempre as mesmas músicas nas ministrações.

· A Bíblia nos estimula a cantarmos um cântico novo. “Cantem ao SENHOR um novo cântico; cantem ao SENHOR, todos os habitantes da terra!” (Salmo 96.1). Por que cantar um cântico novo? Para cantar com o coração e não apenas com a mente. Cantar o mesmo cântico em todos os cultos pode se tornar cansativo e enfadonho, e as pessoas acabam cantando apenas com a mente. Cometemos um grande erro quando não reciclamos o nosso repertório. Reciclar significa “atualizar-se para obter melhores rendimentos”. Os ministros devem sempre estar atualizados, escutando boas músicas, consultando a internet, adquirindo CD´s, etc.

23- Cantar canções sem a direção do Espírito Santo.

· O Senhor quem sabe qual é o cântico certo para a hora certa. Devemos tomar cuidado para não cantarmos cânticos com o qual nos identificamos sem ouvirmos o Espírito Santo. “Além disso, se a trombeta não emitir um som claro, quem se preparará para a batalha?” (1 Coríntios 14.8). Muitos por cantarem apenas o que gostam, atrapalham assim o fluir da reunião. Estejamos atentos e sensíveis à voz do Espírito Santo.

24- Não avaliar o conteúdo dos cânticos ministrados.

· Muitos estão ensinando canções para a igreja que estão na “moda”, mas que não possuem um conteúdo bíblico correto. Devemos avaliar biblicamente o que estamos ensinando e cantando dentro de nossas igrejas. Cantemos cânticos teologicamente corretos. Cantemos a Palavra de Deus! A Bíblia é o “hinário” de Deus. Quem assim o faz não vai precisar pedir desculpas pelo que ensinou.

25- Imitar outros ministros.

· Cada um de nós tem características diferentes. Deus nos fez assim! Ele quer nos usar do jeito que somos, com os dons, talentos e as características que nos deu. Muitos caem no ridículo quando imitam trejeitos, frases, modo de cantar de outros ministros, etc.

26- Deixar o auditório em pé por muito tempo.

· Não canse o povo! Ficar em pé 30 minutos é uma coisa, e outra coisa é ficar em pé 50 minutos. Esteja sensível ao ambiente. Os jovens conseguem permanecer em pé por mais tempo, mas os mais velhos acabam se cansando mais rápido. Não há nenhum problema em adorarmos a Deus sentado.

27- Deixar de participar de outros momentos do culto.

· Muitos músicos são irresponsáveis e acabam comprometendo o andamento do culto. Participam apenas do momento dos cânticos, mas logo após a ministração saem para fazerem outras coisas: conversar com amigos, comer, namorar, etc. Temos uma grande responsabilidade do culto que está em nossas mãos, por isso não podemos nos dar ao luxo de termos atitudes egoístas, infantis e irresponsáveis. “Irmãos, não lhes pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a crianças em Cristo. Dei-lhes leite, e não alimento sólido, pois vocês não estavam em condições de recebê-lo. De fato, vocês ainda não estão em condições” (1 Coríntios 3.1-2). Lembre-se: somos ministros de Deus!

28- Não ter um mínimo preparo para atuar na equipe de som.

· É importante estudar e conhecer os equipamentos de som para poder utilizá-los da melhor maneira, evitando também danos nos equipamentos por causa do seu uso inadequado. Existem muitos “curiosos” atuando nesta área;

· Cuidado com o volume dos instrumentos para não saturar o ambiente e provocar incômodo aos ouvintes;

· Lembre-se de que o volume das vozes deve ser maior em relação aos instrumentos para que as pessoas entendam o que está sendo falado ou cantado;

· Sua participação no culto é fundamental. Fique atento! Não fique “viajando”. Concentração total;

· Seja amável e educado quando as pessoas vierem falar com você ou orientar algo relacionado ao som;

· Não atrapalhe a ministração. Quando surgir algum problema, seja discreto para poder solucioná-lo;

· Depois de mixado os volumes, não há mais necessidade de ficar mexendo na mesa de som. Portanto, não mexa, pois isso atrapalha o bom andamento da ministração;

· Cuide dos equipamentos e seja zeloso pelas coisas de Deus.

29- Não ter um mínimo preparo para atuar na equipe de dança.

· Muitos são bem intencionados, mas não possuem o preparo suficiente para dançar;

· Tenha expressão, tanto a facial como a corporal são importantes e devem ser condizentes com a música que está sendo ministrada;

· Quanto à roupa é preciso ter prudência e discrição para que não venha causar polêmica e escândalo dentro da igreja. Tome cuidado para não tornar a dança algo sensual;

· A técnica e estilo devem ser coerentes ao tipo de música e conhecidos por todos (balé, street dance, etc). O sincronismo entre o grupo é um fator muito importante.

30- Atuar no ministério por obrigação e sem alegria.

· Quando realizamos a obra de Deus por obrigação não há alegria, mas se torna peso. Você gosta quando alguém vai fazer algo para você por obrigação? Será que Deus gosta quando vamos servi-lo por obrigação? Com certeza isso não agrada a Deus. Se a obra do Senhor tem sido um fardo para nós ou estamos realizando o serviço por obrigação, então é melhor deixarmos o ministério;

· Nosso serviço deve ser feito com alegria – “Prestem culto ao Senhor com alegria…” (Salmos 100.2);

· Valorize o ministério! Valorize esse instrumento poderoso para a edificação da igreja e veículo de evangelização. Você foi escolhido por Deus, portanto, leve a sério o ministério!

Meus filhos, não sejam negligentes agora, pois o Senhor os escolheu para estarem diante dele e o servirem, para ministrarem perante ele e queimarem incenso” (2 Crônicas 29.11)

Escrito por Ronaldo Bezerra

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Motivação, a essência de cada um...

Alguns personagens, bem conhecidos, foram obrigados a obter uma dose de motivação para que atingissem seus objetivos, vão alguns exemplos:

Wood Allen, ator, escritor, produtor e diretor premiado pela academia, quando estava na universidade, teve seu trabalho cinematográfico rejeitado; também foi reprovado em língua inglesa.

Leon Uris, autor de “Exodus”, foi reprovado no colégio três vezes.

Em 1959, a Universal Pictures dispensou Clint Eastwood e Burt Reynolds na mesma reunião com as seguintes declarações. Para Burt Reynolds: “Você não tem talento”. Para Clint Eastwood: “Você tem uma fratura no seu dente e o seu pomo de adão é proeminente, além disso, você fala muito devagar”. Como você sabe, Burt Reynolds e Clint Eastwood se tornaram grandes estrelas do cinema americano.

Em 1944, Emmeline Snively, diretor da agência de modelos “Livro Azul” disse para candidata a modelo Norma Jean Beker (Marilyn Monroe), “Você estará melhor se cursar secretariado, ou então, arranje um marido”.

Liv Ullman, que foi indicada duas vezes para o Oscar, como melhor atriz, foi reprovada em um teste na escola de teatro da Noruega. Os juízes disseram que ela não tinha talento.

Em 1962, quatro nervosos músicos fizeram uma apresentação para os executivos da Decca Recording Company. Os executivos não ficaram impressionados. Enquanto reprovavam este grupo de rock chamado “Os Beatles”, um dos executivos disse, “Nós não gostamos das suas músicas. Grupos de guitarristas estão fora de moda”.

Quando Alexander Graham Bell inventou o telefone em 1876, ele não fez uma lista das possibilidades e o potencial de utilização. Após fazer demonstração para o presidente americano Rutherford Hayes, ele ouviu o seguinte: “É uma espantosa invenção, mas quem poderá querer fazer uso dela?”.

Em 1940, um outro jovem inventor chamado Chester Carlson apresentou sua idéia para 20 empresas, incluindo algumas das maiores empresas americanas. Eles rejeitaram–na. Em 1947, após sete longos anos de rejeições, ele finalmente conseguiu que uma pequena companhia, chamada Haloid, se interessasse por sua idéia. Ela comprou os direitos para industrializar o processo eletrostático para reproduzir cópias. A Haloid, mais tarde, veio a ser a Xerox Corporation, e ambos, ela e Carlson, ficaram muito ricos.

John Milton ficou cego com 44 anos. Dezesseis anos depois ele escreveu o clássico “Paraíso Perdido”.

Malcon Forbes da revista Forbes não foi aceito na equipe do jornal em Princenton.

Elvis Presley foi dispensado em 1954 pelo diretor do Grad Oley Opry que o aconselhou a ser motorista de caminhão.

Thomas Edison foi provavelmente o maior inventor da história das descobertas. Quando entrou para a escola seus professores reclamavam que ele era “muito lento” e duro para aprender. Como resultado, sua mãe decidiu tirá-lo da escola e ensiná-lo em casa. O jovem Edison ficou fascinado por ciências. Com apenas dez anos de idade, já havia montado seu primeiro laboratório de química. A sua persistência, energia e genialidade ele definiu assim: “Um por cento de inspiração e 99 por cento de transpiração”. Produziu em toda sua vida mais de 1300 inventos. Quando inventou a lâmpada, tentou mais de 1000 experiências antes de fazê-la funcionar. Um jovem repórter perguntou e ele como se sentia fracassando tantas vezes. Ele disse: “Eu nunca fracassei. Apenas descobri 1000 maneiras de não fazer a lâmpada.”

Se estas pessoas tivessem desistido de seus objetivos, pelas opiniões e pareceres que receberam (de outras pessoas consideradas "experts") e afogado suas motivações, jamais teriam chegado ao topo de seus objetivos.

Muitas vezes somos fracos e desistimos ao primeiro sinal de fumaça, ou ao primeiro tropeço. Não devemos, por outro lado, ser persistentes com situações que estão, literalmente, fora de nosso alcance, por isso a auto-reflexão sobre as nossas aptidões (vocações) e limitações, se faz imperativa no dia a dia, a fim de que consigamos identificar nossas afinidades e a partir daí, adquiramos motivação à conquista do objetivo.



Fernando Sarle


Parte da pesquisa foi realizada no livro:
Insight - Volume 1 - Autor: Daniel de Carvalho Luz

sábado, 27 de setembro de 2008

Esgotamento

Uma das condições comuns que temos observado em nossos líderes é o esgotamento emocional, chamado, em inglês, de burnout (literalmente, “queimado”). Ron McLain o define como “um estado de esgotamento físico, mental e emocional, que se caracteriza por um cansaço constante e crônico, sentimentos de abandono e falta de esperança, desenvolvimento de uma auto-estima negativa e uma atitude também negativa em relação ao seu trabalho, à sua vida e às outras pessoas”.1Segundo ele, algumas causas para o esgotamento em nossa liderança são:1. Quando há uma distância entre as expectativas idealistas e a dura realidade que se tem de enfrentar. Muitos entram no ministério com lindos sonhos, mas a realidade é que o trabalho é duro, esgotante, muito para uma pessoa só, e, às vezes, acompanhado de uma persistente sensação de solidão.2. O vício do trabalho: os workaholics são pessoas tão dependentes do trabalho quanto o alcoólico da bebida. Elas são muito admiradas, mas a verdade é que o motor que as move vem de uma fonte errada.3. Muitos sentem uma falta de preparo para tarefas esmagadoras que os desafiam.4. Outros ficam desanimados por terem de lidar constantemente com problemas e conflitos.5. Aqueles, cuja auto-estima depende diretamente do resultado do seu trabalho, acabam tendo de lidar com uma auto-imagem prejudicada pelas dificuldades que enfrentam.6. Algumas pessoas levam tudo tão a sério que se esquecem de rir, divertir-se e desfrutar do que Deus tem dado.7. Para muitos líderes, a expectativa de que é preciso dar mais do que receber faz com que eles carreguem um enorme sentimento de culpa quando desejam fazer ou ter algo para si mesmos ou para seus familiares.8. Quando o líder se sente mal pago e pouco apreciado.SintomasEntre os sintomas do esgotamento, podemos perceber:1. Energia diminuída e uma crescente dificuldade em manter um ritmo normal de vida.2. Sentimentos de fracasso quanto à sua vocação e questionamento em relação a seu chamado ao ministério.3. Sensação de que a recompensa é pequena em relação ao muito que se deu para o ministério.4. Sentimento de desesperança e incapacidade de enxergar solução para os problemas.5. Cinismo e negativismo com respeito a si mesmo, ao seu trabalho, aos outros e ao mundo em geral.PrevençãoPara evitar o esgotamento é importante que encontremos novas disciplinas espirituais ou novas formas de seguir as antigas. Podemos inovar nossa vida devocional: escrever nossas orações em vez de fazê-las apenas oralmente, orar em voz alta enquanto caminhamos a sós, procurar um companheiro de oração com quem seja possível compartilhar abertamente.É importante também reservarmos tempo para ficar a sós. Às vezes estar sozinho é o que nos ajuda a “recarregar as baterias”. Até Jesus se retirava das multidões para estar a sós.Além disso, devemos dormir o suficiente e praticar atividade física. O pastor ou líder não é super-homem. Precisa cuidar do “templo do Espírito Santo” tanto quanto os demais.Precisamos também descansar e relaxar sem culpa. Deus nos permitiu fazê-lo.2“Prestar contas” a outras pessoas também ajuda. Peçamos a Deus que coloque em nossa vida confidentes: pessoas de confiança com quem podemos compartilhar cargas, tentações e sonhos. Dividindo a carga, ela se tornará mais leve.Devemos pensar de formas não usuais, buscar soluções criativas — buscar soluções, e não problemas.Podemos programar também, semanalmente, fazer algo que nada tenha a ver com nosso ministério — fazer algo prazeroso, pelo puro gosto de fazê-lo.Com a ajuda de Deus, todas essas medidas nos ajudarão a prevenir o esgotamento emocional e físico.

Notas1. Citado no boletim eletrônico To Our Colleagues in Personnel, circulado por Ken Royers, de Link Care Center, Fresno, CA, EUA. Agradecemos a permissão para publicação.2. Veja Para que descansar? (Ultimato, mar./abr., p. 70).

Esly Regina Carvalho.

A PERFEITA IMPERFEIÇÃO DA IGREJA

Tem gente que ainda não entendeu que quando Jesus disse “onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, eu aí estou no meio deles”, Ele estava ensinando qual é o vértice espiritual e histórico que dá significado à Igreja; ou seja: Ele ensina o que “realiza a verdade” da Igreja, como encontro humano.E o contexto fala de reconciliação. Um irmão “ofendido” tem que procurar o “ofensor” e tentar ganhá-lo. E isto deve ser feito insistentemente, até que o próprio ofensor rejeite toda conciliação.A palavra grega que designa essa “reunião” é mesma que fala de harmonia, como se o que estivesse em curso fosse uma “afinação de instrumentos”.O outro pólo mais adulto dessa proposta está em Lucas, quando Jesus diz que se deve perdoar ao irmão até setenta vezes sete num único dia.Ou seja: a proposta de Jesus nos põe a todos de calça curta, e necessitados de dizer: “Senhor, aumenta-nos a fé; pois ainda não somos cristãos”.Até o quarto século o que impressionou os “pagãos” que observavam os cristãos não era a “perfeição” deles, mas o amor e a graça com a qual se tratavam e tratavam o mundo.“Olhem como se amam!”—era a estupefação que ecoava nas palavras de gente que olhava os cristãos de fora, conforme vários testemunhos encontrados em antigos textos históricos.Portanto, a perfeição da igreja é não se “vender como perfeita”, mas sim se revelar, sem ensaio e performance, como lugar de misericórdia e graça.Não é possível esperar perfeição de nenhum de nós. Somos caídos e maus...o melhor de nós ainda é mau.O que nos faz diferentes é nossa atitude, se é honesta com a nossa própria Queda, e, sobretudo, sincera com a Graça que todos nós temos recebidos.Daí a perfeição do discípulo ser sua humildade... humildade para ser, sem ser ainda o que deseja; humildade para viver com misericórdia, pois ele mesmo carece dela, todos os dias, nos céus e na terra. Repito: o problema da “igreja” nunca foram os seus erros humanos, mas sim a sua arrogância em relação a não se enxergar, e oferecer-se como a Representante de Deus na terra.Quem desejar, que tente!Mas no dia em que deixarmos de lado toda essa empáfia e formos apenas gente da Graça, então, assustados veremos o respeito que o mundo nos terá; conforme aconteceu até o ano 332 da presente era, ainda que algumas vezes o lugar do testemunho tenham sido cruzes e arenas...E havia problemas antes disso? Sim, sempre houve muitos problemas!Quem conhece a História sabe deles. E quem lê os textos produzidos nos dois primeiros séculos, sabe da quantidade de dificuldades internas que os vários grupos cristãos tiveram. Todavia, tais problemas não foram problemas reais enquanto o sentido de “irmandade na Graça” esteve presente.Não foi a perfeição da Igreja que abalou o Império Romano. Foi a sua perfeita-imperfeição; ou seja: sua humanidade vivida sob a graça; e que falava da Boa Nova em Jesus, não nela mesma. Nela havia humildade, serviço, confissão, comunhão e coragem sem empáfia.Me sinto um bobo escrevendo coisas tão BÁSICAS, mas é que fico assustado quando vejo que os crentes de hoje não têm umbigo, e pensam que estão inventando a “igreja” agora.E pior: dói-me ver que alguns dizem: “É assim mesmo...temos que nos acostumar...quando é que já foi diferente?”Bem, foi diferente apenas enquanto todos se sabiam filhos da misericórdia e buscavam renovar a mente conforme o entendimento na Graça; e que só se manifesta no nível horizontal como amor e simplicidade no trato humano, o que acontece naturalmente quando a arrogância dá lugar à gratidão em razão da consciência acerca do perdão recebido.Jesus não pede perfeição —mesmo quando diz “Sede perfeitos, como perfeito é vosso Pai...”—, pois a única perfeição humana é assumir sua própria imperfeição, e, assim, imitar o Pai, não em sua Perfeita-Perfeição, mas em Sua Graça, que Ele derrama sobre justos em injustos.A perfeição da Igreja é ser humildemente filha desse Pai que a todos trata com misericórdia!Quem não for cego, que veja; quem não for surdo, que ouça; quem tiver entendimento, não o feche; e quem tiver sido objeto da Graça, que a sirva aos outros.Nossa perfeição é a Justiça de Cristo!

Caio

Fonte: www.caiofabio.com

domingo, 7 de setembro de 2008

Um Sonho Inquietante - Pr. Ricardo Gondim

Exausto, deitei-me já tarde. O silêncio da madrugada fria convidava-me para uma noite de sono profundo. Aquela seria uma noite curta pois antes do sol nascer já teria que estar em pé novamente. Noites curtas são geralmente sem sonhos. Deito-me e antes que perceba, as horas se passaram céleres. Ontem, entretanto, não foi assim. Sonhei a noite inteira.Sonhei que estava em um culto com o auditório lotado. A reunião iniciou-se com uma oração muito mecânica. Apresentou-se logo um grupo musical gospel. Nos primeiros acordes, notei que faltava talento e sobravam decibéis. A letra era paupérrima, toda a música concentrava-se em repetir um refrão: “O leão de Judá derrotou o outro leão perigoso.” A multidão foi ao delírio com o término da apresentação que todos chamaram de “louvorzão.” Gritava e movia-se em um frenesi alucinante. O líder do culto, levantou-se e ensinou as pessoas uma coreografia que, segundo ele, derrotaria o diabo. Todos, como se estivessem com espadas na mão, passaram a encenar uma batalha de esgrima. Terminada a “batalha” foram gastos mais de quarenta minutos no levantamento das ofertas. O ambiente tornou-se constrangedor. Tudo foi feito para aumentar a contribuição. Desde ameaças a promessas de que receberiam cem vezes mais. As ofertas resolveriam todos os problemas das pessoas. De acordo com o valor dado, o câncer desapareceria, os problemas conjugais se resolveriam. A oferta seria a chave para uma vida plena e feliz.O preletor daquela noite, levantou-se para pregar e, por cerca de cinqüenta minutos, falou sobre assuntos diversos sem, contudo conduzir uma linha de raciocínio, sem qualquer compromisso de expor a Bíblia. Parecia não haver se preparado. Falava, falava, deixando que suas divagações o conduzissem a um próximo pensamento, que nem ele próprio sabia qual era. Meu sonho me perturbava. Transformava-se em um pesadelo.
De repente, vi ao meu lado, participando daquele culto, para minha absoluta surpresa, quatro personagens históricos: Martinho Lutero, João Calvino, João Wesley e Charles Finney. Mal podia acreditar que um dia estaria cultuando a Deus ao lado de tão ilustres personalidades do mundo protestante. Em meu sonho, eu fui apresentado a eles pelo sueco Gunar Vingren, fundador do pentecostalismo no Brasil. Todos pareciam se conhecer há muito, havia uma familiaridade entre eles. Contudo, embora estivéssemos participando de um mesmo culto, todos mostravam-se igualmente inquietos. O clima era desconfortável. Mesmo sonhando, lembro-me de como o músculo de minha face tremia diante da honra de apertar a mão de cada um deles. Muitas perguntas vieram à minha mente. Curiosidades, esclarecimentos, dúvidas que precisavam ser sanadas. Mas, ao contrário, eles é que começaram a me questionar.
Lutero estava indignado pelo que parecia uma volta da igreja à Época Medieval das relíquias, dos amuletos e das indulgências. Queria saber o que aconteceu aos protestantes para estarem novamente acreditando que sal grosso “afasta mal olhado”, que copo d’água traz bênçãos. Perguntou-me como a igreja passou a acreditar em maldição familiar.
Expliquei-lhe que a igreja brasileira convive com uma cultura muito mística. Falei da herança católica medieval, depois disse que os índios brasileiros eram animistas e ainda tracei um cuidadoso curso da religiosidade africana e como ela se contextualizou. Lutero, porém, veemente, mostrou-me os efeitos devastadores que as relíquias tiveram em seus dias e que somos justificados pela fé. Para ele, a Palavra deveria ser suficiente para produzir fé e que não precisamos de “pontos de contato” para que o poder de Deus flua em nós.
Calvino, interveio em minha conversa com Lutero. Ele também estava revoltado. Sua maior preocupação era entender o porquê de tanto descaso com a Bíblia. Ele não entendia como nos separamos tanto da Reforma que transformou o conceito de culto. Calvino me falava que até o avanço dos protestantes na Europa, cultuar a Deus, resumia-se em se assistir a um ritual. A liturgia era mais importante que a exposição do texto sagrado. Mas os reformadores, segundo ele me dizia, lutaram muito para que as pessoas apreendessem que a melhor maneira de cultuar a Deus é conhecendo e vivendo os princípios eternos de Deus. Concluiu me mostrando que o púlpito antigamente ficava deslocado em um lugar de menor importância e que o altar é que era central. Só no protestantismo, o púlpito passou a ocupar o lugar mais central do templo. Tentei mostrar-lhe que estamos em uma sociedade viciada em imagens. Que o nosso nível de atenção hoje é mínimo. Falei-lhe dos vídeo clips, da superficialidade cultural que a televisão produz. Ouviu-me com atenção, mas parece não ter aceitado minha explicação.
Wesley estava aturdido. Em meu sonho, ele me dizia que percebia por aquele culto que havia muitos chavões mas pouco compromisso ético na igreja. Por duas vezes, me perguntou: “Será possível conduzir a obra de Deus apenas prometendo triunfo, sem jamais questionar a vocação profética da igreja? Wesley não entendeu a interpretação de textos do Antigo Testamento, prometendo que os crentes foram postos por cabeça e não por cauda. Será que a igreja evangélica não sabe que o “grão de trigo precisa morrer para produzir muitos frutos?” Insistia me indagando: Não somos chamados para sermos sal da terra e luz do mundo antes que nos preocuparmos com riqueza e poder? Novamente tentei explicar. Mas, eu próprio estava envergonhado e minha explicação foi vã.
No sonho, Charles Finney, também se aproximava de mim querendo entender o que se passava. Falou-me de como eram os cultos evangelísticos de seus dias e de como as pessoas encaravam o novo nascimento. Mostrou-me que o apelo para as pessoas se converterem foi uma quebra de paradigmas. Ele fazia o apelo para que as pessoas que estavam “ansiosas” por salvação tivessem um tempo para refletir e saber se realmente desejavam um compromisso real com Cristo. Que o novo nascimento era uma decisão importantíssima que as pessoas faziam em resposta à graça. Sua inquietação com o culto de meus sonhos vinha da maneira tão trivial que as pessoas encaravam a conversão e o discipulado. Finney dizia-me que o cristianismo moderno está se esvaziando de seus conteúdos e que em breve muitos não saberão sequer explicar o que lhes aconteceu na conversão.
Gunnar Vingren, que me apresentou aos outros ilustres personagens, não aceitava que todo o sacrifício dos pioneiros do movimento pentecostal desmoronasse em uma teologia tão imediatista. Ele dizia que não há pentecostes sem a cruz. Com um sotaque sueco, disse-me: - Meu filho, não há experiências com o Espírito Santo sem zelo missionário, sem paixão evangelística.
Comecei a suar e meu sono tornou-se atribulado. Estava rodeado com uma grande nuvem de testemunhas, e todos tinham o semblante preocupado. Acordei.
Sem conseguir voltar para a cama, orei. Em minha prece, pedi que Deus levante uma igreja evangélica no Brasil comprometida em ter apenas a Bíblia como regra de fé e de prática. Pedi que Deus levante pastores que cuidem do povo como rebanho de Deus e não como um investimento que pode ser capitalizado no futuro. Orei para que os seminaristas não confundam sucesso com um ministério aprovado por Deus. Supliquei a Deus que nos faça uma igreja solidária com os miseráveis, profética na defesa dos indignos e misericordiosa com os pecadores.
Os sonhos são interessantes. Muitas vezes mostram o que não queremos ver. Talvez, a maior necessidade da igreja seja olhar-se criticamente. Se fecharmos os olhos para a trivialização do sagrado, para a falta de compromissos éticos e proféticos, para a transformação do culto em espetáculo, não só nos condenamos a sermos irrelevantes para a nossa geração como envergonharemos muita gente que já deu a sua vida pela causa de Cristo.

Que Deus nos ajude.

Soli Deo Gloria.

Fonte eletrônica: http://www.ricardogondim.com.br/